Roupas devem liderar compras e data deve gerar maior número de contratações em 12 anos
O comércio brasileiro vive a expectativa de ter o melhor Dia dos Pais em 11 anos. Levantamento realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) projeta que, em 2025, a data comemorativa deve movimentar cerca de R$ 7,84 bilhões em vendas, o que representaria o melhor desempenho do setor desde 2014 e o crescimento de 3,2% em relação ao ano passado, já descontada a inflação.
O otimismo do varejo ainda deve implicar contratação do maior contingente de trabalhadores temporários para o período em 12 anos. A entidade estima que a oferta deve ser de 11.530 vagas para atender à demanda sazonal, com hiper e supermercados liderando a busca por pessoal, com 5,2 mil postos, seguido por lojas de utilidades domésticas e eletroeletrônicos, com 2,01 mil vagas, e lojas de vestuário, com 1,93 mil vagas.
Quanto às vendas, as roupas devem ser o presente mais procurado para a ocasião. O segmento deve faturar sozinho R$ 3,23 bilhões, com os produtos de perfumaria e cosmético ocupando a segunda colocação na preferência dos consumidores, somando R$ 1,57 bilhão, pouco à frente dos itens de utilidades domésticas e eletroeletrônicos, cujo faturamento deve ser de R$ 1,26 bilhão. Juntos, esses três segmentos devem corresponder a quase 77% das vendas totais.
“Os sinais de fortalecimento do mercado de trabalho, aliados à expansão real da massa de rendimentos, criam condições propícias para que o varejo alimente a boa expectativa. A confiança do consumidor também tem melhorado pouco a pouco, permitindo ao empresário planejar contratações temporárias como não víamos há mais de uma década”, avalia o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros.
A pesquisa mostra que, dos 13 grupos de bens e serviços impactados pela data, três devem apresentar recuo nos preços na comparação anual, com televisores (-1%), bebidas alcoólicas (-1,3%) e aparelhos telefônicos (-1,5%) pesando menos no bolso. No sentido oposto, aparecem alimentação fora de casa (8,2%), livros (6%) e perfumes (5,5%) no “top 3” das altas. No agregado, a cesta do Dia dos Pais deve encarecer 5,8%, acima dos 5% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no período, o que reforça a importância da pesquisa das famílias.
“Mesmo com uma variação de preços acima do IPCA na cesta típica da data, a queda de itens de alto valor agregado, como televisores e smartphones, ajuda a preservar o poder de compra e estimula presentes de maior tíquete médio”, projeta o economista-chefe da CNC, Fabio Bentes.
Segundo a CNC, o salário médio de admissão para os temporários deverá ficar em R$ 1.890, com um avanço nominal de 5,5% sobre 2024, e a taxa de efetivação após o período promocional pode chegar a 15%, o maior percentual desde 2021. A combinação de vendas aquecidas com o quadro inflacionário sob controle abre a oportunidade de converter parte desses temporários em vínculos permanentes, fortalecendo o emprego no comércio ao longo do segundo semestre.
Já Pesquisa Expectativa de Vendas Dia dos Pais 2025, realizada pelo Núcleo de Pesquisa & Inteligência da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG), mostra que 55,2% das empresas que são afetadas pela data (74,4%) esperam vender mais este ano do que em 2024.
O otimismo dos empresários (68,5%) é a principal justificativa para a boa expectativa com as vendas, sendo que 47,6% deles esperam retorno positivo de até 20% no faturamento. Roupas, kits/cestas, calçados e carnes encabeçam a lista dos produtos que devem vender mais no Dia dos Pais deste ano.
Conforme 29,1% dos estabelecimentos pesquisados, as vendas serão iguais às do ano passado e, para 15,7%, serão piores. As principais ações para incentivar as compras são, nesta ordem: promoções, atendimento diferenciado, divulgação em redes sociais e propaganda. Foram ouvidas 409 empresas de todas as regiões do estado entre os dias 7 e 14 de julho.
FONTE: 25/07/2025 – MONITORMERCANTIL
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